7 de novembro de 2020

me encontre nas minhas fantasias

em círculos de projeção de um futuro quase mágico

intocado, intocável, longe das sombras do agora

é lá, é aqui, é um espaço-tempo que não existe

é no fundo de tudo que é dor e desejo

é onde eu vou estar até cessar o medo.


onde todas as cores que eu ganho não bastam

que as quantas perco você mal pode imaginar

então crio, recrio, e tudo termina em desmanche

no buraco que insiste em me puxar.


na ausência do abraço me vejo em asas

e o corpo que pesa em angústia se transforma

em pura adrenalina que me tira do chão

na mais absurda das velocidades 

até que a agonia desaparece

entre as luzes das cidades.


em certo ponto desse céu

aterrissar perde importância

como pede o manual das fantasias:

não olhar pra baixo

não pensar em cair

não se perguntar pra onde ir.


se quer saber como me encontrar

é essa a descrição que vai te guiar

o lugar em que euforia é mais que sopro

e nenhum sopro escapa o presente

e o presente é só o presente.

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