em círculos de projeção de um futuro quase mágico
intocado, intocável, longe das sombras do agora
é lá, é aqui, é um espaço-tempo que não existe
é no fundo de tudo que é dor e desejo
é onde eu vou estar até cessar o medo.
onde todas as cores que eu ganho não bastam
que as quantas perco você mal pode imaginar
então crio, recrio, e tudo termina em desmanche
no buraco que insiste em me puxar.
na ausência do abraço me vejo em asas
e o corpo que pesa em angústia se transforma
em pura adrenalina que me tira do chão
na mais absurda das velocidades
até que a agonia desaparece
entre as luzes das cidades.
em certo ponto desse céu
aterrissar perde importância
como pede o manual das fantasias:
não olhar pra baixo
não pensar em cair
não se perguntar pra onde ir.
se quer saber como me encontrar
é essa a descrição que vai te guiar
o lugar em que euforia é mais que sopro
e nenhum sopro escapa o presente
e o presente é só o presente.
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