27 de dezembro de 2014

Temível caneta permanente

Querido dia de primavera
Me deixa usar dessa tinta vermelha
Vou pintar-me de amor
Eu não conheço bem essa tinta
Nós sabemos bem

Pode ser que seja permanente e de fato real
Mas talvez seja tinta guache
E talvez saia
Amanhã mesmo

Quero te impregnar em mim
Mas tenho medo que nem tenha fim
Porque talvez não cole
E aí não terá passado de uma vontade do amor

Eu quero te amar
Eu quero amar
Eu quero me amar
E ser amada
E então talvez te amar
Sem jamais ter desejado te deixar

Por que todo mundo tem medo das exceções?
É muito mais fácil se basear em verdades abstratas
Do que admitir que temos certeza nenhuma
E que talvez amar
Não precise ser tão complicado
Talvez seja
Talvez não

Só de pensar em te amar
Já penso no que está depois do arco-íris
No final de tudo
Ou que será como sempre foi:
Nada

Tenho medo do escuro
Tenho medo de cair
Tenho medo de não ser como eu sempre pensei
[que seria

Um tanto contraditório que eu tema
E acredite no que o sol me dita

Não
Eu não preciso ter medo
Nem sei no que isso vai dar
Ou se isso existe mesmo
Mas não deve ser nenhum segredo
Que eu realmente queira te amar

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