8 de janeiro de 2015

Heroína

Olhou o jornal
E o chá derramado
Sobre as páginas
Cheias de palavras
Em papel
Passado

Foi herói
Heroína
Vigia da corte
Testemunha
Da noite

Pintor de histórias
Poeta das estrelas
Artista
Da estrada
Da vida

Passava do passado
E distraído
Na imensidão
Esboçava rouquidão
E almejava
Perdão
Por presente
Estar
Passando

Levantava
Em revolta
Jogando no lixo
Tudo
De volta

Arrancava
Rancorosamente
Tudo o que lhe ocupava
A mente

Não era herói
Nem heroína
Não mais pintava
Nem esboçava
Sua própria sina

Estático
Linha reta
Só desejava
Esquecer
A meta

A metafísica
A metapoesia
A metodologia
De não mais ser
Alguém

Rabiscava
Somente o vazio
Nada de alma
Nada de brilho

Corações
Sedentários
Não tem
Itinerários

Os nômades
No entanto
Tem tanto
Tanto a oferecer

Eles não podem
Mais
Se
Esconder

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