9 de novembro de 2018

Culpa

dormi. por minutos que duraram uma eternidade invisível para mim, dormi. sonho nenhum, só o sono mais profundo e imundo. era eu, e eu nunca quis ser eu, mas naquele momento, enquanto dormia, e mais ainda, depois, desperta, nunca quis tanto ser qualquer outra pessoa, qualquer outra coisa que não eu. dormindo, dormente, chame como for. eu dormia, e por dormir não carrego a certeza de que você também estava. considero que estava, e por isso te tiro qualquer responsabilidade. a mim, que estava, com toda a certeza estava, aplico o peso oposto e me entrego à culpa e à escuridão. por mais que tenha acordado antes do tarde demais, é a isso que eu me entrego. felizmente, não há tempo suficiente para que elas me prendam. solto o tapete, como aprendi. não há sujeira. estou acordada.

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